18 março, 2006

7 horas na Bienal do Livro


Corredores, corredores e mais corredores

Quinta-feira estive na Bienal, eu e Izabel. Foram sete horas de peregrinação e um constante acúmulo de frustrações, afinal, não encontramos quase nada barato e, apesar de eu estar credenciado como escritor e a Izabel como profissional do livro, rolaram poucos descontos.
A bienal está a serviço do capitalismo e como tal, encara os livros como mercadoria. Todas as grandes editoras, como a Record, Globo, Planeta e Companhia das Letras aplicaram os seus preços costumeiros, lançamentos não saíam por menos de R$ 40 e alguns títulos superavam os cinquenta reais. Eu queria trazer para casa o "Diário de Jack Kerouak" lançado pela LP&M, mas 47 reais é muito para o meu pobre bolso. Também queria trazer o primeiro volume das obras completas do Roberto Piva "Um estrangeiro na legião", mas no estande da editora Globo eu não encontrei.

Hordas de pivetes + salgadinhos!


Centenas deles, em todos os lugares


Eu queria fotografar a montanha de lixo que se acumulava em todos os corredores da Bienal, mas o fedelho Japa não permitiu!

Para visitar a Bienal, escolhemos propositadamente a quinta-feira, entendendo que encontraríamos um público menor, mas ao chegar, fomos abalroados por centenas de hordas de estudantes do ensino fundamental, se entupindo de salgadinhos e, claro, aos berros.


Conrad, minutos antes da invasão

Uma experiência marcante foi quando dentro do estande da Conrad, sapiando as últimas novidades do underground, uma verdadeira multidão de fedelhos ocupou todo o espaço, revirando tudo, buscando os mangás que aquela editora impreguina nas bancas do país.

Precinho camarada


Izabel na LP&M, centenas de Pockets

Surpresa mesmo foi quando descobri o estande da editora Francis, a mesma que publicou o livro "Stupid white men" do Michael Moore. Eles pegaram a coleção inteira dos livros Anti-Bush e ofereceram os volumes a R$ 5,00 cada. Lógico que eu peguei todos, 7 de uma porrada só. Em outro lugar encontrei uma edição vagabunda de "Os Sertões", de Euclides da Cunha ao preço de R$ 5,90.


Hora do almoço, nem vou dizer o preço que paguei por um contra filé, vinagrete e arroz!

Por sua vez, Izabel conseguiu um ótimo preço no "Morte - A festa" de Jill Thompson", pegou o "Intinerário de Passárgada" do Manuel Bandeira, dois volumes com as Fábulas de La Fontaine e também o "Contos de bichos do mato" de Ricardo Azevedo.


Estande da Devir, que edita quadrinhos e RPG, a pivetada é muito fã!

Chuva e Black-out

Lá pelas 16h decidimos ir embora, mas a tempestade já desabava sobre Sampa. Enquanto esperávamos, a força elétrica desapareceu, provocando o inevitável grito da multidão. Como estávamos na porta de saída de Bienal, não consegui roubar nada, infelizmente. Acho que muitos se deram bem, creio mesmo!

Frustração

Não consegui comprar o livro mais desejado, uma edição lindona com 1000 fotos eróticas datadas do final do século 19, editado pela TASCHEN. Em compensação, trouxe o volumão "Graphic Design NOW", além de vários livros para o Jean. É isso!