04 setembro, 2006

Guy Debord, para incendiários!


A Sociedade do Espetáculo no Brasil é esculhambada, mas existe. Um bom exemplo é o de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Marcos Valério. Depois de dedurar o chefe no esquema do mensalão, ganhou a mídia e tentou posar para a Playboy. Hoje é candidata a Deputada Federal pelo PMDB. Quer defender as crianças etc.

Saca aqui o artigo do Le Monde sobre o lançamento - na França - da obra completa do Guy Debord, sujeito que deu antes - nos moldes da revista Trip - toda a fita sobre o comportamento da sociedade diante da tecnologia, mídia, capitalismo e o caralho todo que rola neste mundo onde Jesus um dia já peidou.

Guy Debord, o irrecuperável

Lançada, na França, a obra completa do autor que dissecou a “Sociedade do Espetáculo”. Da crítica da arte à análise política, textos revelam pensamento que, ao destacar o caráter alienador do capitalismo, defendia o direito do ser humano a inventar sua própria vida

É paradoxal a situação de Guy Debord no panorama intelectual francês; de um lado, todos o citam, fazem referência a ele, mesmo os personagens do espetáculo a quem ele sempre se opôs; de outro lado, impressionamo-nos com a indiferença da imprensa diante do lançamento do conjunto de sua obra em um só volume [1]. Tal livro, além de suas obras já publicadas, traz uma preciosa coletânea de cartas, intervenções, artigos publicados em revistas e notas inéditas. É sem dúvida um acontecimento que permite, de uma só vez, vislumbrar o desenvolvimento desse pensamento, ano após ano, e encontrar sua impressionante coerência. Mas é como se a partir de agora, Debord devesse estar submetido a clichês, a fórmulas estereotipadas e vazias sobre a “sociedade do espetáculo”. Isso em detrimento da indefectível orientação revolucionária daquele que não teve, em seus textos ou em sua vida, outro objetivo além de lesar a ordem vigente, ou ao menos não lhe fazer qualquer concessão. Clica aqui para ler o artigo inteiro do Le Monde. Se és neófito em Debord, recomendo a leitura de sua obra mais "popular", La Société du Spectacle, em português.