08 abril, 2009

Santo André



Hoje, S. André completa anos sem ter muito o que comemorar. Feliz aniverário, mesmo assim!
Em entrevista ao Jornal Repórter Diário, Ricardo Alvarez resume bem o momento histórico que a cidade atravessa.

Alvarez é o único adversário a se posicionar contra Aidan

Dos quatro candidatos que, ao lado de Aidan Ravin (PTB), disputaram a sucessão da prefeitura de Santo André no pleito do ano passado, apenas Ricardo Alvarez (PSol) se posiciona na trincheira da oposição ao avaliar os primeiros 100 dias do governo petebista.

Newton Brandão (PSDB) e Raimundo Salles (DEM) integram, atualmente, as legendas que dão sustentação ao comando do Paço. Vanderlei Siraque (PT), que perdeu o embate no segundo turno, apesar de pertencer à única legenda de oposição no Legislativo, não quis comentar o assunto.

"O governo Aidan sofre, nestes primeiros meses, da síndrome da vitória inesperada. A dificuldade em compor o governo, a precária relação com a Câmara, a ausência de um plano de governo mais consistente, a ineficácia e superficialidade das ações iniciais de governo e, principalmente, a carência crônica de medidas urgentes na área da saúde evidenciam que o governo está perdido em relação à definição de prioridades. Isto lhe custa queimar etapas e reduzir a gordura política com que as urnas o presentearam", analisa Alvarez, que obteve 2% dos votos válidos no dia 5 de outubro.

Ele afirma que neste aniversário de 456 anos, a cidade não tem o que comemorar. Porém, Ricardo Alvarez ressalta que faz "algum tempo" que o município carece de um "bom presente" para celebrar a data. "Santo André poderia fazer um recall dos aniversários dos últimos cinco anos: nada de novo e mais do mesmo. Algumas inaugurações de obras com música e comissionados a bater palmas. É o lado provinciano falando mais alto, de uma cidade que quer o novo em matéria de gestão pública", diz, destacando que o Legislativo também poderia ter dado sua contribuição. "Veja o caso da criação de mais assessores para cada vereador, começamos o ano com este presente de grego aprovado por unanimidade por todos os partidos que lá estão", completa, referindo-se à elevação de nove para 12 assessores para cada parlamentar.

O ex-concorrente ao Executivo garante que a representação impetrada pelo Partido dos Trabalhadores contra Aidan Ravin, sobre um suposto crime eleitoral, nada mais é do que o jogo político de quem perdeu. "O PT vai trabalhar para desgastar o governo Aidan com a finalidade de voltar á prefeitura. Não se trata de projetos diferentes em essência, mas de uma simples disputa pelo poder. É uma postura política característica dos partidos da ordem estabelecida".

Ricardo prevê, no entanto, que almejando as costuras partidárias do pleito de 2010, a rixa municipal pode ser amenizada. "O dia que o presidente Lula mandar segurar a onda contra o prefeito acaba a ânsia de atacar o Aidan, pois o PTB está na base de sustentação do planalto. Se o PTB apoiar a Dilma, o Aidan ganha dois anos de folga na Câmara", expõe. "Vai ser mesmo engraçado acompanhar as combinações políticas que vão se estabelecer para a sucessão da presidência da República entre os partidos e suas lideranças aqui em Santo André", ironiza.

Sobre o presente ideal para a cidade, Alvarez diz que, neste momento, é impossível devido a falta de políticas públicas integradas. "Não diria que há um único presente desejado pela população de Santo André neste oito de abril, isto depende da classe social a que se pertence, do bairro onde se mora, das condições estabelecidas da família, enfim, as demandas e os desejos são muito díspares em função da complexidade de situações existentes. Diria que se há um presente que agradaria a todos pelos efeitos positivos gerados, seria um plano municipal (e por que não regional?) de combate à pobreza, ao desemprego e à fome, diminuindo as diferenças sociais e provocando uma melhoria da qualidade de vida em geral", finaliza.